sábado, 16 de outubro de 2010

BICHO TAMBÉM É CULTURA

( Ontem foi Dia do Mestre, meu dia! Olha eu dando aula! Até bicho já levei para a sala. Professor se vira nos 30 porque o salário, ó ... )


          Um escritor, ao fazer sua obra, seja em prosa ou em poesia, pode lançar mão de recursos que embelezam e enriquecem, tornando especial o texto: são as Figuras de Linguagem. Ao usá-las, o autor joga com a conotação das palavras, o sentido figurado, ao contrário da denotação, o sentido verdadeiro. Vejamos o caso da palavra "ossos". Na frase "Ele quebrou os ossos da perna no acidente." , ela está no sentido denotativo (partes da estrutura do corpo humano). Porém, nesta outra "São os ossos do ofício." , está no sentido conotativo (dificuldades, problemas). Isto quer dizer que é preciso usar a imaginação ao recorrer às Figuras.

          Uma das Figuras mais importantes e, sem dúvida, a mais usada, é a Metáfora. Por isso, pode ser considerada o Flamengo das Figuras. Ela é baseada numa Comparação; a diferença é que esta última é mais direta, mais explicativa: "Minha casa é grande como um castelo." Enquanto a frase metafórica obriga o leitor a raciocinar, a buscar um entendimento: "Minha casa é um castelo." Ou seja, é uma figura cheia de mistérios e sutilezas, tem mais charme.

          Bichos são muito utilizados tanto na linguagem do dia-a-dia como na literária, seja lírica (minha pombinha!) ou pejorativa (seu cachorro!). Metaforicamente, muitos animais podem entrar nas sentenças, comprovando uma opinião ou atestando uma intenção, uma ação. A própria palavra BICHO já demonstra isso: "Meu avô é o bicho!" porque o neto acha que ele é uma pessoa legal; e "Vou virar bicho!" porque a pessoa pretende brigar ou discutir por algum motivo.

          E há também os casos das Metáforas com os nomes dos animais, cuja ideia pode ser positiva ou negativa. "Joana está uma gata." (bonita) ou "Meu irmão é um porco." (sujo).

          Vamos lembrar outros exemplos? (Será que alguém não entendeu?)

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