( Maio também é o mês das noivas. Casar ou não casar, eis a questão! Ela conta com a opinião de vocês. )
E agora, caso ou não caso?
As pessoas geralmente falam que, se está na dúvida, é melhor não casar. É fácil para quem está de fora. Afinal, foram quinze anos de namoro. Desde que eu tinha dez anos e ele doze. Porém, se espremer, esses quinze anos viram oito, porque foram tantos rompimentos! Ah, mas reatar foi tão bom! Todas as vezes. Bem-me-quer ou mal-me-quer?
Dizem que a família é a base de tudo. As nossas se adoram. Meus sogros e cunhados me consideram como filha e irmã. Ele é o "filhinho" dos meus pais. Sou madrinha da sobrinha dele e ele é padrinho do meu. E os amigos, sempre dando a maior força para o casal tão harmonioso. Estão todos aí na igreja, ansiosos e felizes, pelo acontecimento há muito esperado. Ele e os padrinhos já estão no altar. Ele parece estar olhando para alguma coisa e não é para mim. Continuo dentro do carro, esperando não sei o quê. Cara ou coroa?
Os preparativos consumiram mais de um ano. Compra de imóvel, papelada, convites. Para a cerimônia, escolha de igreja, flores, música, iluminação, fotógrafo, carro... Ufa! Sem contar a recepção. Aliás, contando, pois a grana foi alta. Bufê, DJ, lembrancinhas, bolo. E o meu vestido? Papai está chorando até hoje. Fora cabeleireiro, maquiagem. Ai, meu Deus! Os outros também tiveram despesas, além dos presentes. Par ou ímpar?
Ele é um cara maravilhoso, vai ser um bom marido. Honesto, bom profissional, um grande amigo. Mas me irrita com suas manias. Enquanto eu curto praia, ficar em casa e sossego, ele gosta de beber, sair à noite e agitação. É bom de cama, mas, quando o sexo acaba, eu fico pensando nos problemas a resolver, enquanto ele parece ir para outro planeta. Os opostos se atraem, mas não se encontram, como o sol e a lua. Estou certa ou errada?
Mas o que é aquilo? A tensão me faz ver coisas? É um anjo ou uma criança fantasiada? Deve ser uma visão, mas está tão nítida! Está me chamando para segui-la. Não, agora é tarde. Eu devia ter pensado nisso antes. Vou ser chamada de maluca, eu que sempre fui a sensata do casal. Chega! Serei uma mulher casada. Qualquer coisa, mais tarde, eu peço o divórcio. Ei, para de me acenar, anjo de meia-tigela! Vou abrir logo essa droga de porta e, e... O trinco do carro emperrou. Deve ser obra do anjo. Ou uma incrível coincidência. Enquanto tentam me tirar, tenho mais tempo para pensar. Estou decepcionada comigo mesma. Quanta indecisão! Será que ele também está em dúvida? Ele viu o anjo? Sai, tentação! Anjo ou demônio?
Tenho as seguintes opções:
A- Saio do carro, caso e serei feliz para sempre, com o homem da minha vida. Ninguém é perfeito, muito menos ele.
B- Saio do carro, não caso e curto a festa com ele e todos os convidados. Já está tudo pago...
C- Não saio do carro, não caso e fujo com esse motorista lindo. Quem sabe não é ele? Será a primeira aventura da minha vida.
D- Saio do carro e dou porrada em todo mundo, inclusive naquele anjo dos infernos. Ninguém decide por mim!
E- N. R. A. Não caso nem saio de cima.
Preciso escolher a resposta certa. Não posso "colar" e não tenho o gabarito. Qualquer que seja a minha decisão, não devo ser aprovada. Uni-duni-tê, salame-minguê...
TEXTOS SOBRE OS MAIS DIFERENTES ASSUNTOS,CONTADOS COM HUMOR E SENSIBILIDADE PELA AUTORA.
sábado, 28 de maio de 2011
sexta-feira, 20 de maio de 2011
PÂNICO, E DAÍ ?
( Está chegando a época do checkup. Exame disso, exame daquilo... Tranquilo? Tudo bem, menos um! )
O grande problema é o antes, os momentos que antecedem o acontecimento. Na hora H, não dói e passa rápido. Mas, na véspera, é preciso conviver com insônia, mal-estar e até desarranjo intestinal. Literalmente, me borro de medo! Estou me referindo ao maldito exame de sangue.
Muitos riem e acham bobagem. Crianças fazem e não choram. Mas só eu sei o que se passa na minha cabeça. Não vou, eu sou levada. Alguém tem que ir comigo. Já roguei mil pragas para os médicos que me pediram o dito cujo. Pra quê? Questionei um deles sobre as pessoas que fazem dieta uma semana antes e, depois dos bons resultados, abusam da comida o ano inteiro. É válido? E se você pratica uma atividade física e se alimenta bem, não há necessidade de enfiarem uma agulha na sua veia (AI!). Não o convenci! Ele me falou que, numa cirurgia, você pode morrer, mas, no exame de sangue, não. Não me convenceu!
O estranho é que já enfrentei operações e outros exames tranquilamente. Em compensação, quando passo na porta de um laboratório, viro a cara, mesmo! Ainda bem que só se faz de vez em quando. Fico imaginando se eu tivesse que doar sangue. Prefiro doar um órgão.
Pensei em fazer terapia. Será que Freud explicaria isso? Nada de trauma de infância. É fobia? Ou seria coisa de vidas passadas? Vai ver é frescura mesmo. Dizem que, quando casar, passa. Já casei e não passou. É bom falar sobre os problemas e sentimentos e, melhor ainda, é escrever. Então, estou fazendo a minha catarse, extravasando o que faz mal.
Nossa, como estou suando! Estou sentindo umas sensações estranhas na barriga... Vocês vão ter que me dar licença, mas preciso me retirar do recinto, com urgência!!!
O grande problema é o antes, os momentos que antecedem o acontecimento. Na hora H, não dói e passa rápido. Mas, na véspera, é preciso conviver com insônia, mal-estar e até desarranjo intestinal. Literalmente, me borro de medo! Estou me referindo ao maldito exame de sangue.
Muitos riem e acham bobagem. Crianças fazem e não choram. Mas só eu sei o que se passa na minha cabeça. Não vou, eu sou levada. Alguém tem que ir comigo. Já roguei mil pragas para os médicos que me pediram o dito cujo. Pra quê? Questionei um deles sobre as pessoas que fazem dieta uma semana antes e, depois dos bons resultados, abusam da comida o ano inteiro. É válido? E se você pratica uma atividade física e se alimenta bem, não há necessidade de enfiarem uma agulha na sua veia (AI!). Não o convenci! Ele me falou que, numa cirurgia, você pode morrer, mas, no exame de sangue, não. Não me convenceu!
O estranho é que já enfrentei operações e outros exames tranquilamente. Em compensação, quando passo na porta de um laboratório, viro a cara, mesmo! Ainda bem que só se faz de vez em quando. Fico imaginando se eu tivesse que doar sangue. Prefiro doar um órgão.
Pensei em fazer terapia. Será que Freud explicaria isso? Nada de trauma de infância. É fobia? Ou seria coisa de vidas passadas? Vai ver é frescura mesmo. Dizem que, quando casar, passa. Já casei e não passou. É bom falar sobre os problemas e sentimentos e, melhor ainda, é escrever. Então, estou fazendo a minha catarse, extravasando o que faz mal.
Nossa, como estou suando! Estou sentindo umas sensações estranhas na barriga... Vocês vão ter que me dar licença, mas preciso me retirar do recinto, com urgência!!!
domingo, 8 de maio de 2011
AMOR DE MÃE É UMA PIADA
( Mãe de novo? Não tem jeito! Maio é o mês dela. Como foi o seu Dia das Mães? Com ela ou sem ela -meu caso- , tem que comemorar. Vamos à Mãe! )
Diz a sabedoria popular que, entre todos os tipos de amor, o maior, mais desinteressado e eterno é o amor maternal. Mãe perdoa, aceita e ama tudo que vem do filho, pois ela sabe que é seu dever padecer no paraíso.
Foi impregnada de todos os ditames e sentimentos progenitoriais que aquela mulher grávida deu à luz, numa certa maternidade. Depois do sofrimento no parto, reparou que ainda não tinha visto o seu rebento. E tome de passar enfermeira com bebês nos braços, e o dela, nada. Chamou uma que passava:
- Enfermeira, o que está acontecendo? Todas as mães estão com seus bebês. Traga meu filho, que eu estou louca para segurar aqueles bracinhos.
E a enfermeira, calmamente:
- Minha senhora, o seu filho não tem bracinhos.
A coitada levou um choque, mas mãe é mãe.
- Então, traga o meu filho, que eu quero apertar aquelas perninhas.
- Minha senhora, o seu filho não tem perninhas.
Ela se deseperou, mas o amor de mãe é incondicional.
- Traga o meu filho, enfermeira, eu só quero abraçar aquele corpinho.
- Minha senhora, o seu filho não tem corpinho.
Aí, foi demais para ela. Mas, mesmo assim, é o amor que tudo supera.
- Chega, enfermeira! De qualquer maneira, eu vou amá-lo. Pelo amor de Deus, traga o meu filho!
A enfermeira saiu e voltou, trazendo uma bandeja. Em cima, havia uma enorme orelha. Quando a mãe viu, apenas conseguiu balbuciar:
- Meu filho...
E a enfermeira:
- Fala mais alto porque ele é surdo!
Todos devem estar se perguntando: numa hora crucial como essa, cadê o pai? Ele foi comprar um piercing para dar de presente ao filho.
Diz a sabedoria popular que, entre todos os tipos de amor, o maior, mais desinteressado e eterno é o amor maternal. Mãe perdoa, aceita e ama tudo que vem do filho, pois ela sabe que é seu dever padecer no paraíso.
Foi impregnada de todos os ditames e sentimentos progenitoriais que aquela mulher grávida deu à luz, numa certa maternidade. Depois do sofrimento no parto, reparou que ainda não tinha visto o seu rebento. E tome de passar enfermeira com bebês nos braços, e o dela, nada. Chamou uma que passava:
- Enfermeira, o que está acontecendo? Todas as mães estão com seus bebês. Traga meu filho, que eu estou louca para segurar aqueles bracinhos.
E a enfermeira, calmamente:
- Minha senhora, o seu filho não tem bracinhos.
A coitada levou um choque, mas mãe é mãe.
- Então, traga o meu filho, que eu quero apertar aquelas perninhas.
- Minha senhora, o seu filho não tem perninhas.
Ela se deseperou, mas o amor de mãe é incondicional.
- Traga o meu filho, enfermeira, eu só quero abraçar aquele corpinho.
- Minha senhora, o seu filho não tem corpinho.
Aí, foi demais para ela. Mas, mesmo assim, é o amor que tudo supera.
- Chega, enfermeira! De qualquer maneira, eu vou amá-lo. Pelo amor de Deus, traga o meu filho!
A enfermeira saiu e voltou, trazendo uma bandeja. Em cima, havia uma enorme orelha. Quando a mãe viu, apenas conseguiu balbuciar:
- Meu filho...
E a enfermeira:
- Fala mais alto porque ele é surdo!
Todos devem estar se perguntando: numa hora crucial como essa, cadê o pai? Ele foi comprar um piercing para dar de presente ao filho.
domingo, 1 de maio de 2011
RECEITA PARA O DIA DAS MÃES
( Esse dia traz um dilema: comer fora e enfrentar filas nos restaurantes ou comer em casa e ter um trabalhão. Mas mãe é mãe e quer comemorar. A receita abaixo é uma sugestão para a data. Se vai dar certo, não posso garantir. )
INGREDIENTES:
Para a massa:
1 mulher
1 homem
Para o recheio:
1 filho
1 nora
1 filha
1 genro
2 netos
Para a cobertura:
1 sogra (mãe do homem)
MODO DE FAZER:
Massa: é a base da receita, também chamada de lar. Juntam-se 1 mulher com 1 homem, delicadamente. Eles formam uma família, que é acomodada num recipiente (casa ou apartamento), untado com amor e polvilhado com doçura.
Recheio: misturam-se o filho com 1 moça (nora) e a filha com 1 rapaz (genro). Eles produzem 2 crianças (netos), realçando o sabor.
Cobertura: despeja-se uma senhora idosa (sogra) em cima de tudo.
Mesmo num calor de fogo brando, a receita, não se sabe por que, começa a desandar. O filho não engole o cunhado e a filha frita a cunhada com os olhos. Dizem que cunhado não é parente. Por sua vez, o genro e a nora, implicantes, enchem a boca para se derreter em elogios aos quitutes das respectivas mães. Na verdade, comem sardinha e arrotam badejo. Os netos sovam um ao outro, quebrando louças, mastigando e cuspindo apimentados palavrões. A sogra, destemperada, reclama que velho é igual a comida requentada, ninguém quer; que o seu filho é descascado por uma mulher que não sabe cozinhar; e que os netos e bisnetos são intragáveis. A mulher, fervendo de raiva, grita para a sogra que a batata dela vai assar. O caldo entorna quando o homem toma um porre homérico, caindo de boca na cerveja.
A receita não deu certo. Queimada, solada, com gosto amargo, ninguém conseguiu degustar, nem o cachorro. O Dia das Mães passou do ponto!
INGREDIENTES:
Para a massa:
1 mulher
1 homem
Para o recheio:
1 filho
1 nora
1 filha
1 genro
2 netos
Para a cobertura:
1 sogra (mãe do homem)
MODO DE FAZER:
Massa: é a base da receita, também chamada de lar. Juntam-se 1 mulher com 1 homem, delicadamente. Eles formam uma família, que é acomodada num recipiente (casa ou apartamento), untado com amor e polvilhado com doçura.
Recheio: misturam-se o filho com 1 moça (nora) e a filha com 1 rapaz (genro). Eles produzem 2 crianças (netos), realçando o sabor.
Cobertura: despeja-se uma senhora idosa (sogra) em cima de tudo.
Mesmo num calor de fogo brando, a receita, não se sabe por que, começa a desandar. O filho não engole o cunhado e a filha frita a cunhada com os olhos. Dizem que cunhado não é parente. Por sua vez, o genro e a nora, implicantes, enchem a boca para se derreter em elogios aos quitutes das respectivas mães. Na verdade, comem sardinha e arrotam badejo. Os netos sovam um ao outro, quebrando louças, mastigando e cuspindo apimentados palavrões. A sogra, destemperada, reclama que velho é igual a comida requentada, ninguém quer; que o seu filho é descascado por uma mulher que não sabe cozinhar; e que os netos e bisnetos são intragáveis. A mulher, fervendo de raiva, grita para a sogra que a batata dela vai assar. O caldo entorna quando o homem toma um porre homérico, caindo de boca na cerveja.
A receita não deu certo. Queimada, solada, com gosto amargo, ninguém conseguiu degustar, nem o cachorro. O Dia das Mães passou do ponto!
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