quarta-feira, 20 de abril de 2011

Paradinha Pascoalina

          A Escritora aqui vai dar uma de Coelhinha (da Páscoa, não é da Playboy, não!) e comprar chocolate para as crianças e "crionças" da família. A Páscoa é a paixão, morte e ressurreição, mas ninguém é de ferro. Vamos aos peixes, ovos e bombons! E tem Tiradentes e São Jorge também. Boa Páscoa e bons feriados para todos nós! Até a próxima semana.

domingo, 3 de abril de 2011

SOBRE UMA GRAVURA

( Redação, o grande fantasma para estudantes de qualquer nível. Escrever livremente sobre gravuras é um bom exercício para ativar a criatividade. Eu "malho" a minha mente, para ela ficar SARADA. Foi o que fiz, dei asas à imaginação. Não mostro as três que usei porque, primeiro, não tenho mais e, segundo, gostaria que vocês tentassem visualizar a cena de cada uma. Deem asas à imaginação, também. Postarei uma por semana, na ordem normal, a 1ª em cima, a 2ª no meio e a 3ª embaixo. E, para quem quiser, darei pequenas dicas de cada gravura. Prontos? )

SOBRE UMA GRAVURA I  -  um ganso, com várias argolas no pescoço, como as mulheres de tribos africanas.

          Ela não achava graça em nada do seu corpo, de um tudo fazia para mudar. Insatisfação total! Um dia, soube de uma nova técnica para ficar mais bela. Não hesitou: juntou as economias e foi experimentar. À medida que apertavam, seu pescoço crescia, mas ela queria mais. O mais longo. E apertavam e alongavam. Mais! E apertavam e alongavam. Mais! E sufocou, com o pescoço mais longo do mundo.

SOBRE UMA GRAVURA II - homens jogando cartas, do lado de fora de um prédio em ruínas e um cavalo, no interior, observando da janela.

          Pode o mundo desabar, que eles não param com esse jogo. Não como, não bebo, simplesmente esqueceram de mim, preso nesta janela, como um pangaré  num quadro na parede. Logo eu, um puro-sangue que já valeu tanto. Ainda tenho que aspirar a fumaça dos cigarros, acesos um atrás do outro, olhar para aquelas caras de solidão e sofrimento e ouvir o silêncio do vazio de suas vidas. E como jogam mal! Não dê essa carta, homem, será a sua perdição!

          Qual o quê! Perdidos já estamos, eu, eles e o mundo à nossa volta.

SOBRE UMA GRAVURA III - um castelo com criaturas assustadoras nas janelas e uma luz no alto.

          Cara, eu não devia ter bebido tanto! Hic... Não sei como consegui chegar em casa, tropeçando em todas as calçadas, do bar até aqui. E aquela luz no alto?

          A gente bebe para esquecer, mas o pior é que os monstros das nossas vidas não nos abandonam, só nos assombram cada vez mais. Lá estão eles, no castelo mal-assombrado que é a porcaria da minha casa, no fim de mundo deste bairro fantasmagórico. E aquela luz no alto?

          Minha cabeça parece que vai explodir com suas vozes, mas eles não param, exigindo e me cobrando coisas que desafiam a capacidade humana. "Quero isso... Compra aquilo... Não faça isso... Trabalhe mais... Não gostei..." E não posso fugir deles: minha mulher, meus filhos, minha sogra, meu chefe, meus clientes... E aquela luz no...

          Ai! Poste miserável!

          Bom, pelo menos agora só vejo estrelas... Hic...