( Suspense, sexo, lugar excitante: ingredientes desta apimentada história? Veremos! )
Edifício Castelo dos Nobres, num subúrbio do Rio de Janeiro, dezoito andares, cada um com doze minúsculos apartamentos:
AMANHÃ
No 5º andar:
Vocês terão que imaginar o que irá acontecer, neste mesmo bat-local, lendo os fatos ocorridos anteriormente. Estão em ordem cronológica invertida, isto é, o final é o começo da história. Não é difícil, todos entenderão.
No 4º andar:
Faxineiro: - Caraca! De novo? Todo dia jogam essa porra no chão. Tão pensando que eu sou escravo? Só porque eu sou crioulo e pobre. Vou pedir demissão... e vou ao sindicato... e vou querer os meus direitos...
HOJE
Na sala de reunião do prédio:
Síndico: - A jararaca do 307, Dona Marly, reclamou que estão acontecendo safadezas no 5º andar, perto das escadas. Não sei o que ela foi fazer lá. (olha para o alto) Ó, Deus, a velha parece o Senhor, está em toda a parte e sabe de tudo! Também, sem marido e sem trabalhar... Ela, é claro, não o Senhor!
Subsíndico: - Ela tá doida pra ocupar o seu cargo, mas os moradores tremem só de pensar. Sacanagem no 5º andar? Oba! Quero dizer, absurdo! O jeito é colocar câmeras ou alguém para vigiar, igual ao BBB.
Síndico: - Amanhã, vamos convocar uma comissão e ficar de tocaia para descobrir o que aconteceu. Eu faço o sacrifício!
Subsíndico: - Eu também! Faço questão! Vai ter briga para ser voluntário.
No 4º andar:
Faxineiro: - Caraca! De novo? Todo dia jogam essa porra no chão. Tão pensando que eu sou escravo? Só porque eu sou crioulo e pobre. Vou pedir demissão... e vou ao sindicato... e vou querer os meus direitos...
ONTEM
No apartamento do Síndico:
Dona Marly: - Vossa Excelência me permite um aparte?
Síndico: - Dona Marly, eu não sou excelente coisa nenhuma, sou apenas o Síndico. Pode me chamar pelo nome, Doutor Américo (é técnico de enfermagem). Qual é o aparte, digo, o problema?
Dona Marly: - Safadezas no 5º andar, perto das escadas. Uma vergonha! Na minha idade, 42 anos (o Síndico quase engasgou), tive que ouvir indecências terríveis. Por acaso, ontem, eu estava lá.
Síndico: - Por acaso? Sei! A senhora tem certeza?
Dona Marly: - Absoluta! Ela dizia que era a vez dele botar nela, pois tinha feito nele com capricho. As mães não podiam saber e não deixavam, que era muito perigoso. Era um tal de abaixa, chupa, enfia, buraco (o Síndico começa a se empolgar e pensa em, mais tarde, dar um "créu" na patroa). Foi quando ouviram o faxineiro subindo. Ela mandou ele jogar fora não sei o que e entraram correndo. Não deu para ver quem eram. O senhor tem que tomar uma providência, senão eu chamo a polícia! E aquele faxineiro é um desleixado, folgado e...
Síndico: - (já interessado na sacanagem e cortando o papo chato da vizinha) Pode deixar, Dona Marly, eu mesmo tomarei as medidas cabíveis. Boa noite!
No 4º andar:
Faxineiro: - Caraca! De novo? Todo dia jogam essa porra no chão. Tão pensando que eu sou escravo? Só porque eu sou crioulo e pobre. Vou pedir demissão... e vou ao sindicato... e vou querer meus direitos...
ANTEONTEM
No 5º andar:
Dona Marly parou a sua ronda diária, com o objetivo de achar alguma coisa para reclamar, porque escutou duas portas baterem e passos. Começa a ouvir, escondida, mas não consegue ver quem são.
Michelly (aborrecente do 508): - Anda! Anda! Mamãe tá tirando um cochilo. Você trouxe?
Aleksander (aborrecente do 509): - Trouxe. Faz em mim primeiro.
Michelly: - Nada disso! Hoje, a primeira sou eu. Ontem, o faxineiro quase pegou a gente e eu fiquei chupando o dedo. Nossas mães não deixam, mas é tão bom! O médico disse que é perigoso. Pode romper o ..., o ... (*), esqueci.
Aleksander: - Também não sei o nome do negócio no buraco. A gente põe com cuidado. Não pode enfiar tudo. Lá vai, abaixa.
Michelly: - Bota agora. Demora bastante, porque eu caprichei em você ontem. Ah, que gostoso... Por que tirou, tirou por quê?
Aleksander: - Psiu! Ouvi passos, acho que é o Ué (Wexley Jefferson, o faxineiro), de novo.
Michelly: - Joga fora, rápido!
Como em todos os dias, os dois COTONETES caem no 4º andar, pouco antes do faxineiro chegar. Correm para seus apartamentos e batem a porta, não dando tempo de Dona Marly ver quem eram. Ah, já ia esquecendo: (*) é o TÍMPANO.
No 4º andar:
Faxineiro: - Caraca! De novo? Todo dia jogam essa porra no chão. Tão pensando que eu sou escravo? Só porque eu sou crioulo e pobre. Vou pedir demissão... e vou ao sindicato... e vou querer os meus direitos...