domingo, 16 de dezembro de 2012

Para Acabar e Recomeçar

          Não posso mudar o mundo!
          Isso não me dá revolta.
          Tento apenas melhorar
          O universo à minha volta.

          Com o Blog, desejo Feliz 2013 para nós todos!!!

sábado, 1 de dezembro de 2012

VIREI A CARA PRO ZICO

( Gol! Mengo! Zico! Santíssima Trindade do Futebol. Foi uma heresia o que aconteceu! )

          Estão pensando que é mentira? Sonhei? Ou é uma pessoa com o mesmo apelido do Galinho de Quintino? Nada disso! É ele mesmo, o grande ídolo dos Flamenguistas como eu.

          Os famosos estão acostumados com pedidos de autógrafo, fotos, gritos e até agarramento dos fãs. Faço ideia da surpresa dele diante da minha reação!

          Nessa época, eu ainda não estava aposentada e ia, tranquilamente, a pé para a escola onde lecionava, no fim da minha rua. Bom ir andando para o trabalho! Nada de engarrafamento, atraso, estresse...

          Mas, voltemos ao Zico, que é o que interessa. Eu sou a famosa quem? Ele estava parado, sozinho, encostado no carro, em frente a um dos prédios da minha sossegada rua. Nem acreditei! Minha tranquilidade acabou e começou uma enorme emoção.

          Quando estava chegando perto dele, minhas pernas tremiam. Pensei: posso tropeçar e derrubar o rei Arthur Antunes Coimbra. FALTA! Bancar a deslumbrada, falar abobrinha e ferir os gloriosos ouvidos? IMPEDIMENTO! Não lembrava mais se tinha escovado o dente e se meu desodorante estava vencido. Mau hálito e cecê derrotando o astro do futebol? BOLA FORA! Deu vontade de tossir. Cuspir perdigotos no meu atleta favorito? PÊNALTI!

          Nisso, o craque rubro-negro olhou para mim, sorrindo com toda a simplicidade e simpatia, porém, a idiota aqui, diante de tantas desgraças imaginárias e possibilidades negativas, se deu CARTÃO VERMELHO e ignorou solenemente o jogador símbolo do Mengão. Tirei meu time de campo e fui!!! Perdi a chance e me xinguei dos piores palavrões, como a galera faz com a mãe do juiz.

          Ele deve ter achado que estava diante de alguma Vascaína, Tricolor ou Botafoguense, com raiva do carrasco do seu time. Nunca imaginou que uma torcedora do Flamengo, admiradora e testemunha ocular, pois o viu jogar e arrasar, virou a cara pra ele. Que GOL CONTRA!

         

sábado, 20 de outubro de 2012

O MISTÉRIO ERÓTICO DO 5º ANDAR

( Suspense, sexo, lugar excitante: ingredientes desta apimentada história? Veremos! )

Edifício Castelo dos Nobres, num subúrbio do Rio de Janeiro, dezoito andares, cada um com doze minúsculos apartamentos:

AMANHÃ

No 5º andar:

          Vocês terão que imaginar o que irá acontecer, neste mesmo bat-local, lendo os fatos ocorridos anteriormente. Estão em ordem cronológica invertida, isto é, o final é o começo da história. Não é difícil, todos entenderão.

No 4º andar:

          Faxineiro: - Caraca! De novo? Todo dia jogam essa porra no chão. Tão pensando que eu sou escravo? Só porque eu sou crioulo e pobre. Vou pedir demissão... e vou ao sindicato... e vou querer os meus direitos...

HOJE

Na sala de reunião do prédio:

          Síndico: - A jararaca do 307, Dona Marly, reclamou que estão acontecendo safadezas no 5º andar, perto das escadas. Não sei o que ela foi fazer lá. (olha para o alto) Ó, Deus, a velha parece o Senhor, está em toda a parte e sabe de tudo! Também, sem marido e sem trabalhar... Ela, é claro, não o Senhor!

          Subsíndico: - Ela tá doida pra ocupar o seu cargo, mas os moradores tremem só de pensar. Sacanagem no 5º andar? Oba! Quero dizer, absurdo! O jeito é colocar câmeras ou alguém para vigiar, igual ao BBB.

          Síndico: - Amanhã, vamos convocar uma comissão e ficar de tocaia para descobrir o que aconteceu. Eu faço o sacrifício!

          Subsíndico: - Eu também! Faço questão! Vai ter briga para ser voluntário.

No 4º andar:

          Faxineiro: - Caraca! De novo? Todo dia jogam essa porra no chão. Tão pensando que eu sou escravo? Só porque eu sou crioulo e pobre. Vou pedir demissão... e vou ao sindicato... e vou querer os meus direitos...

ONTEM

No apartamento do Síndico:

          Dona Marly: - Vossa Excelência me permite um aparte?

          Síndico: - Dona Marly, eu não sou excelente coisa nenhuma, sou apenas o Síndico. Pode me chamar pelo nome, Doutor Américo (é técnico de enfermagem). Qual é o aparte, digo, o problema?

          Dona Marly: - Safadezas no 5º andar, perto das escadas. Uma vergonha! Na minha idade, 42 anos (o Síndico quase engasgou), tive que ouvir indecências terríveis. Por acaso, ontem, eu estava lá.

          Síndico: - Por acaso? Sei! A senhora tem certeza?

          Dona Marly: - Absoluta! Ela dizia que era a vez dele botar nela, pois tinha feito nele com capricho. As mães não podiam saber e não deixavam, que era muito perigoso. Era um tal de abaixa, chupa, enfia, buraco (o Síndico começa a se empolgar e pensa em, mais tarde, dar um "créu" na patroa). Foi quando ouviram o faxineiro subindo. Ela mandou ele jogar fora não sei o que e entraram correndo. Não deu para ver quem eram. O senhor tem que tomar uma providência, senão eu chamo a polícia! E aquele faxineiro é um desleixado, folgado e...

          Síndico: - (já interessado na sacanagem e cortando o papo chato da vizinha) Pode deixar, Dona Marly, eu mesmo tomarei as medidas cabíveis. Boa noite!

No 4º andar:

          Faxineiro: - Caraca! De novo? Todo dia jogam essa porra no chão. Tão pensando que eu sou escravo? Só porque eu sou crioulo e pobre. Vou pedir demissão... e vou ao sindicato... e vou querer meus direitos...

ANTEONTEM

No 5º andar:

          Dona Marly parou a sua ronda diária, com o objetivo de achar alguma coisa para reclamar, porque escutou duas portas baterem e passos. Começa a ouvir, escondida, mas não consegue ver quem são.

          Michelly (aborrecente do 508): - Anda! Anda! Mamãe tá tirando um cochilo. Você trouxe?

          Aleksander (aborrecente do 509): - Trouxe. Faz em mim primeiro.

          Michelly: - Nada disso! Hoje, a primeira sou eu. Ontem, o faxineiro quase pegou a gente e eu fiquei chupando o dedo. Nossas mães não deixam, mas é tão bom! O médico disse que é perigoso. Pode romper o ..., o ... (*), esqueci.

          Aleksander: - Também não sei o nome do negócio no buraco. A gente põe com cuidado. Não pode enfiar tudo. Lá vai, abaixa.

          Michelly: - Bota agora. Demora bastante, porque eu caprichei em você ontem. Ah, que gostoso... Por que tirou, tirou por quê?

          Aleksander: - Psiu! Ouvi passos, acho que é o Ué (Wexley Jefferson, o faxineiro), de novo.

          Michelly: - Joga fora, rápido!

          Como em todos os dias, os dois COTONETES caem no 4º andar, pouco antes do faxineiro chegar. Correm para seus apartamentos e batem a porta, não dando tempo de Dona Marly ver quem eram. Ah, já ia esquecendo: (*) é o TÍMPANO.

No 4º andar:

          Faxineiro: - Caraca! De novo? Todo dia jogam essa porra no chão. Tão pensando que eu sou escravo? Só porque eu sou crioulo e pobre. Vou pedir demissão... e vou ao sindicato... e vou querer os meus direitos... 

domingo, 16 de setembro de 2012

ESTRESSE ? FORA DE FOCO !!!

( Foto 1: o início, com o Recreio à direita; Foto 2: ilhas Tijucas, grande paixão; Foto 3: andando dentro do mar, com a maré baixa; Foto 4: Pedra da Gávea; Foto 5: Quebra-Mar e o píer. )


          Alguém aporrinhou o meu juízo? A grana está curta? O Mengão perdeu? A geladeira enguiçou? Remorso por causa de abusos alimentares? Notícia ruim no jornal? Chega!!! Me recuso a ficar ruminando o lado negativo que toda vida tem.

       
          Sabem por que eu não me estresso? Por estas imagens, que valem mais do que mil palavras, diariamente à minha disposição. Depois do café da manhã, bem cedinho, parto para a minha caminhada, na areia da praia da Barra da Tijuca. Começo no posto 3, perto de onde eu moro, e vou até o Quebra-Mar, voltando de alma lavada (o corpo também, depois dos mergulhos). Durante o trajeto, vou clicando estes closes que a natureza revelou. Demais, não é? Não há estresse ou fossa que resista a poses tão perfeitas.

         
          Mas não basta fotografar na máquina, tem que registrar na cabeça também. Tanto que, quando chove ou algum compromisso me impede de andar, tenho tudo gravado na minha memória e na digital, em vários ângulos, para lembrar que isto é o que vale a pena. Pois a vida não dispõe do recurso da câmera lenta. Ela é um flash!

         
          Alguns de vocês dirão que faço isso porque sou aposentada e moro perto da praia. Eu rebato: muitos têm o mesmo e não aproveitam, certo? E querem saber o que mais? Morram de inveja, mas não de estresse!

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

GINA É UM GÊNIO

( CASAMENTO combina com FUTEBOL? Quantas brigas, quantas separações por causa dessa mistura explosiva! Será que esse vai dar certo? )

          Duplamente gênio, nos dois sentidos. No figurado, porque é muito esperta e inteligente; e, literalmente, é um gênio de verdade. Mas é segredo, ninguém sabe. Nem o marido, com quem vive há mais de trinta anos.

          Foi por essa ocasião que ele, inocentemente, ao achar uma garrafa de cerveja fechada, esquecida na calçada do prédio, esfregou-a radiante. De graça, até injeção na veia! Lembra-se de que a tampinha pulou longe, saiu uma espuma danada e, depois disso, ter encontrado a linda mulher da sua vida. O motivo de ter sido escolhido por ela para ser seu "amo", não dá para entender. Baixinho, gordinho, feinho, mas, geniosa como ela só, papo vai, papo vem, no mesmo dia, aboletou-se na casa dele.

          Aliás, essa longevidade do casamento desperta a curiosidade da homarada e a inveja, por que não dizer, do mulherio, na vizinhança do condomínio onde moram. Não tanto pela duração, mas pela qualidade da união. O cara sai de casa apenas para trabalhar ou na companhia dela (sonho de quase toda mulher).

          Nos primeiros anos, como na maioria dos matrimônios, ela não precisou usar seus poderes: tempo da paixonite aguda. Quando esse tempo acaba e entram a rotina e a monotonia, é preciso ser mágico! E ela, como todo gênio que se preze, começou a fazer das suas.

          Para combater as vontades típicas do mundo masculino, de encontrar os amigos, jogar uma pelada, tomar umas e outras e ir ao Maracanã (agora, Engenhão), Gina teve uma ideia luminosa. Matou quatro coelhos de uma única cajadada. Sempre que ele manifestava esses desejos, que para ela não eram uma ordem, movimentava o nariz para os lados. Não, não! Isso é com a amiga Samanta, a feiticeira. Num piscar de olhos, transformava-se em Laércio, vulgo "Chinelão", amigão dele. Na primeira vez em que apareceu, justo na hora em que ele ia sair para dar uns bordejos, estranhou um pouco, não se recordava desse amigo. Mas como, como poderia ter esquecido um cara com a bandeira do Fluminense, uma barriga de respeito embaixo da camisa tricolor, com pacotes de aperitivos tentadores numa das mãos e um isopor com "louras" geladíssimas na outra? Devia estar de porre!

          Viraram amigos de infância! Nem notou que a mulher, nessas ocasiões, sumia. E que papo: futebol, política, futebol, automóvel, futebol, mulher, futebol... E ainda ouvia, pacientemente, quando ele se queixava da Gina. Não tinha do que reclamar da "patroa", mas aí não tem graça. Coincidentemente, toda vez que o Chinelão aparecia, numa época em que não havia "pay per view", o jogo mais importante passava na televisão, como num passe de mágica. Nos intervalos, repetiam (tentavam, claro!) as melhores jogadas e lances, em plena sala, quebrando enfeites, sujando paredes e arranhando móveis.

          E, finalmente, altas horas, quando conversaram, comeram, beberam e assistiram a tudo a que tinham direito (inclusive, todas, todas as mesas-redondas sobre futebol), o amigo se despede, prometendo voltar na semana seguinte. Então, ele percebe que abusou, ao ver a mulher sair de uma das garrafas vazias, numa camisola sexy com as cores e o escudo do Fluzão, com o mesmo corpo e a mesma cara de quando se conheceram ( devem ser os cosméticos modernos, dizem que fazem milagres), cheia de amor pra dar. Esfrega os olhos, acha que está sonhando, mas é melhor deixar pra lá. Talvez, efeito do sono e da bebida. Está tudo tão bom, tem tudo de que precisa, portanto, direto para a cama e para o amor. Antes, promete levá-la, no dia seguinte, ao shopping e ao cinema, com jantar em restaurante incluído.

          Pra que gastar em botequim? Pra que se despencar até o estádio, encarar engarrafamento, multidão? Pra que suar e se machucar na pelada, no meio de um bando de pernas de pau? Pra que mais amigos, se já tem o melhor? Não se mexe em time que está ganhando há tanto tempo. E o encantamento de mais de mil e uma noites? Vai durar até quando? Até que a morte (dele) os separe! Genial, não?

( Quanto sacrifício a gente faz por um texto e um Blog! Para publicar esta história no seu Blog www.oglobo.com/blogs/pelada, no dia 19/08, Sergio Pugliese me pediu uma foto. Como foi uma homenagem aos Tricolores, eu, FLAMENGUISTA, tive que segurar (iiirrrc!) a camisa do Fluminense. Mas valeu! )

domingo, 1 de julho de 2012

Férias de Julho

          Férias de Julho? Eu e o Blog estamos nessa também. Nada de texto novo! Enquanto isso, se puderem, coloquem a leitura em dia e vejam as histórias já postadas (inclusive as postagens mais antigas, que só aparecem se vocês clicarem nelas). Em Agosto, eu volto com a corda toda. Aguardem!

domingo, 10 de junho de 2012

CENAS DE UM CASAMENTO

( Casamento é um desejo de muitos. Santo Antônio, o santo casamenteiro, é celebrado no dia 13 de junho. Tudo a ver, certo? E se, no grande dia, tudo dá errado? )

          Se alguém é contra esta união, que fale agora ou se cale para sempre. Tudo, tudo parecia ser CONTRA. Começou antes da cerimônia religiosa: o carro da noiva enguiçou na esquina da igreja, após vir peidando e dando solavancos o caminho todo. Já viram noiva entrar empurrada? Pois essa entrou, com a ajuda de convidados prestativos, e o veículo sacudindo e bufando, como se a gasolina tivesse sido substituída por suco de repolho.

          Chegou, finalmente! Deu o braço para o pai, mas teve que esperar um pouco porque o coroa, tomado pela emoção, havia tomado uns gorós e vomitou na calçada mesmo. Entrada triunfal pelo tapete vermelho, não sem notar que a daminha estava coçando a bunda e o pajem tirando uma difícil meleca. Nem adiantava chamar a atenção deles, pois o coral, para se exibir, não cantava, berrava a marcha nupcial.

          No altar, o pai passou-a para o noivo, que estava todo sorridente, com um enorme pedaço de feijão agarrado no dente. Ela conseguiu tirar, disfarçando um carinho no rosto dele. Reparou que, depois de tanto combinar, duas madrinhas estavam com vestidos idênticos, mas de cores diferentes. Soube, mais tarde, que compraram na mesma loja.

          Mas vamos à cerimônia! O padre era um velhinho bem caquético, que trocava o nome deles e esquecia que estava com o microfone ligado, pigarreando, escatologicamente, um insistente muco lá das profundezas, em alto e bom som. O sermão era entrecortado pelos soluços da mãe do noivo, em prantos no seu vestido azul marinho tão escuro, que parecia traje de luto. De repente, o padrinho e amigo do noivo desmaiou. Para tudo... abana o rapaz... melhorou... O que houve? Na festa, saberemos. Troca de alianças, casados, enfim! O fotógrafo, ao preparar o melhor ângulo, tropeçou no fio e derrubou a imagem de Santo Antônio. Logo o casamenteiro...

          Agora é festa! Foi no salão da igreja, com música, dança, comida e bebida. Mal acabaram de colocar as travessas na mesa, os garções quase foram pisoteados por uma multidão enlouquecida e esfomeada, com direito à guerra de cotovelo para pegar o melhor pedaço. Os nubentes, coitados, nada! E beija e tira foto e cumprimenta... A noiva conseguiu um espelho para se retocar e achou que estava olhando para um urso panda: a tão recomendada maquiadora usou uma sombra escura para "realçar o olhar", porém eram olhos de quem levou um soco. Por falar em soco, dois primos dela resolveram suas diferenças ali mesmo e partiram para as vias de fato. Isso é bebida, diziam uns. Rolaram no chão, enquanto a mãe do noivo, no seu vestido enlutado, gritava que tinha perdido o filho para "aquela família". É a bebida, justificavam.

          Para completar o barraco, o tal padrinho do desmaio chamou a noiva para dançar e agarrando-a, visivelmente excitado, ofereceu-se para fazer o divórcio dela, pois era advogado e mui amigo. É a bebida?

          A bebida acabou e tiveram que servir água da bica, por ordem do pai da noiva. "Olha a Lindoia! Água mineral!" Quase acabaram com a caixa d'água. E a recepção terminou com uma fila quilométrica nos banheiros: para variar, a maionese, tal e qual o mordomo, é sempre a culpada.

          Isso aconteceu há mais de trinta anos. E a união, acabou? Que nada, estão bem casados até hoje. Quando atravessam alguma crise conjugal, lembram que, depois de tudo que passaram e aconteceu nesse dia, nada mais os separa!

terça-feira, 1 de maio de 2012

CHURRASQUINHO DE MÃE

( Eu não escrevi errado nem vocês entenderam mal. Não é Churrasquinho PARA a Mãe, é Churrasquinho DE mãe, mesmo! Fato histórico!!! Quem? Quando? Onde? )

          Bem sei que não fui o único injustiçado no mundo. A História parece uma revista de fofocas: já deturpou a vida de muitas figuras, contando tudo de outra maneira. Nós, os famosos, somos umas vítimas nas mãos desses paparazzis que são os historiadores. Louco, incendiário, assassino, assim me chamam até hoje. Você cria fama, tem que deitar na cama, mesmo que seja de faquir.

          Tudo começou com um simples almoço, no quintal do meu palácio. Como eu tinha que matar um leão por dia e uns cristãos também, dei ordens para separar um (leão, é claro!) para o rega-bofe. Mandei comprar umas bebidas e acenderem o carvão, numa espécie de caixa formada de pedras, a churrasqueira. Eu e meus oficiais iniciamos uma cantoria bem animada, batendo nas panelas, e as moças dançavam. Habemus carne na brasa, bebida, música e mulheres, habemus um tremendo pagodis!

          Foi aí que aconteceu um pequeno incidente: Mamãe Agripina, já de cara cheia, falava mal de todo o império romano. Ninguém escapava, nem eu, seu filho, o Imperador. Um era corno, outro era broxa, uma era piranha, outra estava acabada. Matrona! Acabou engasgando com um pedaço de carne com farofa. Tentei socorrer a velha, mas tropecei na churrasqueira (eu já estava ligeiramente mamado também) e o fogo se espalhou, devido ao alto índice de concentração etílica no ar. Chamei os centuriões bombeiros, mas, para variar, não tinha água, a escada estava quebrada e as ânforas furadas. Roma lambeu como um balão!

          Na confusão, não notamos que Mamãe ficou entalada no incêndio. A coroa era um porre, mas era minha mater. Enquanto as chamas ardiam, peguei meu instrumento (musical!) e cantei esta canção, de minha autoria:

          O maior golpe do mundo
          Que eu tive em minha vida
          Foi com trinta e nove anos
          Perdi minha Mãe querida
          Morreu queimada no fogo
          Morte triste e dolorida...

          Bastou isso para me culparem de tudo. Incendiei Roma, matei minha Mãe, enquanto tocava lira, e ainda plagiaram minha canção. Acabei doidão mesmo e, tempos depois, me suicidei. Porém, o pior de tudo é saber que muitas pessoas, até hoje, põem meu nome em seus cães. NERO!!! Eu não sou cachorro não!

domingo, 15 de abril de 2012

A PRIMEIRA CARTA NO BRASIL

( No dia 22 de abril, o Brasil foi descoberto, certo? Certo! Quem descobriu o Brasil foi Pedro Álvares Cabral, certo? Certo! E quem escreveu a primeira carta no Brasil foi Pero Vaz de Caminha, certo? ERRADO!!! Ninguém sabe, mas eu, depois de muita pesquisa, descobri quem foi. )

ILHA DE VERA CRUZ, TERRA DE SANTA CRUZ E, FINALMENTE, BRASIL, 22 de abril de 1 500

          Cara Maria:

          Quanta saudade de ti e das crianças!

          Depois de meses de viagem, em tempestades e calmarias, nossa esquadra lusitana aportou na nova terra. Terra à vista! Não chegamos às Índias, conforme queríamos, mas há muito índio (e muita índia) dando sopa por aqui. O lugar é um estupor de bonito! Faz um calor dos diabos e acho que, por isso, os nativos são tão indolentes. Os bestalhões, por uns presentinhos tolos, deixaram que tomássemos posse das terras. Riem o tempo todo, olham para nós, portugueses, e falam ANE-DOTA, ANE-DOTA. Sabe-se lá o que é isso?

          O nome Brasil foi dado à terra em homenagem a uma espécie de árvore, chamada pau-brasil. Quando o nosso comandante, o senhor Cabral, viu a dita cuja, admirou-se e exclamou:

          - Ó raios que a parta!

          Ora, pois, pois! Parece que ela ouviu: um galho partiu e caiu na cabeça dele. Como os palavrões que ele proferiu rimavam com o nome dela, assim o lugar ficou denominado.

          Não irei estender os detalhes, pois o escrivão da frota, o senhor Pero Vaz de Caminha, ao me ver escrevendo para ti, danou a elaborar uma carta para o nosso Rei de Portugal, contando tudo, tim-tim por tim-tim. Logo, todos saberão dos ocorridos e até seremos estudados em livros escolares. É, cachopa, teu homem entrará para a História!

          Antes de partir, pedi ao Antônio da taberna para cuidar de todos aí em casa e o gajo já me informou que está comparecendo todos os dias e que tu estás muito satisfeita. Disse-me que te cantou (um fado), que eu dancei (o vira) e que comeu muito (o teu bacalhau).

          Alvíssaras! Emprenhaste de novo, mulher? Mas como? Eu já parti há tantos meses... Vê lá, hein, rapariga! Espero que este bacorinho, pelo menos, se pareça comigo, porque os outros... Um tem olho puxado, o outro é moreninho demais, sem contar o grandalhão. Contei a boa nova para o pessoal aqui. Os selvagens me deram de presente um cocar para enfeitar a testa. Os conterrâneos me disseram que é também chamado de chapéu de touro.

          Depois da primeira missa, retornaremos à terrinha e já soube que o rei nos concederá um prêmio, o que quisermos (terras, joias, dinheiro, ó pá!). Mas tu sabes o que eu vou pedir? Para mudar o meu nome. Ai, Jesus, não sei onde meus pais estavam com a cabeça quando me registraram: MANOEL BUNDÃO! Quanta vergonha! Prepara-te, Maria, de lá em diante, teu marido se chamará JOAQUIM BUNDÃO!

          SAUDAÇÕES BRASILEIRAS.

quinta-feira, 15 de março de 2012

MENOS É MAIS

( Depois da "Poesia Matemática", de Millôr Fernandes, seria muita pretensão me aprofundar na matéria. Nesta crônica, usei o básico e olhe lá! Façam as contas. )

          Virou mania mandar ou receber frases com mensagens de autoajuda. Outro dia, li uma que me inspirou: "É fácil amar a humanidade, difícil é amar o próximo." Se a pessoa CALCULAR, notará que existe uma grande preocupação com fatos MAIORES, onde a mobilização atinge o MÁXIMO. Por outro lado, quase não há a MÍNIMA atenção para os MENORES, que acontecem diariamente e estão à sua volta.

          Quanta revolta contra atentados, guerras, crimes famosos! Mas a violência está, também, em não dar bom dia para o seu porteiro, esquecer que a família existe ou brigar com alguém por motivo tolo. São pequenos atos que irão se SOMAR e aumentar a tensão do dia, que tinha tudo para ser bom.

          Críticas à honestidade de políticos, governantes e superiores (o chefe, o síndico do prédio, o gerente do banco) são constantes. Um absurdo o rombo no orçamento, o desvio de verbas, as fraudes, o superfaturamento de obras! Um absurdo, do mesmo modo, é furar fila, praticar pequenos furtos em lojas, aceitar o troco a mais, ocupar a vaga de deficiente não sendo e tomar o lugar do idoso no ônibus! São pequenas atitudes que irão DIMINUIR as chances de todos em benefício de alguns.

          Esse assunto continua rendendo: meio ambiente. Passeatas, carreatas, naviatas (do Green Peace) no combate ao desmatamento, à poluição ambiental e à caça predatória. Abaixo a indústria X! Cadeia para o fazendeiro Y! Fechem a empresa Z! As manifestações acabam e RESTA o lixo jogado na rua, na praia, no morro. Papéis, plásticos, vidros e metais acumulados, entupindo bueiros e provocando enchentes, quando chove. São pequenos hábitos que irão MULTIPLICAR os prejuízos ao meio ambiente, às pessoas e aos animais.

          Qual a SOLUÇÃO para tantos PROBLEMAS?

          RESPOSTA: DIVIDIR as responsabilidades, onde cada um (no seu QUADRADO) assume a sua PARCELA no TODO que é o bem comum.

          Que nota eu tirei?

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

TRISTEZA, POR FAVOR VÁ EMBORA !

          ( Mais uma da série "EU NO FACEBOOK". )
         
          Hoje, acordei tristinha... Que 4ª feira de Cinzas foi essa? Minha escola querida (Mangueira) perdeu, meu Mengão perdeu também, me dando uma tremenda ressaca de Carnaval, snif, snif...

          Nada que uma boa caminhada na praia (visual nota 10) e 2 000 metros de natação (esforço nota 10) não curem. Além disso, fui ao cinema e vi o filme francês "As Mulheres do 6º Andar". Uma comédia leve, inteligente, sobre espanholas que vão trabalhar como domésticas, em Paris, nos anos 60. Uh-la-lá! Olé!

          Completou o meu kit antídoto para a tristeza. A Bonequinha aqui, agora mais alegrinha, recomenda!

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

SESSENTA

          ( A musa deste Blogão
            Agora virou museu.
            Leiam com muita atenção
            Este poema que é meu! )

          SESSENTA! A nova idade me ordena.
          Na loteria da vida, cravei a sexta dezena.
          "Não sento!" - me nego poderosa.
          Em fevereiro, me tornei uma idosa.

          Estava tão bom nos cinquenta e nove,
          porém o tempo não se comove.
          Mesmo tendo boa aparência,
          não fazia a menor diferença.

          O jeito é soprar as velas,
          esquecendo todas as mazelas,
          usando as vantagens da terceira idade,
          como os velhinhos na sua prioridade (*).

          No ônibus, o lugar é especial.
          Meia-entrada no cinema levanta o astral.
          Na fila do banco, passamos à frente.
          A preferência é um bom presente.

          Contudo, há um outro lado:
          DNA (**), PVC (***), isto não é engraçado!
          Você quer contar uma história,
          ai, como falha a memória!

          Não tive filhos, só sobrinhos.
          Se estou com eles, perguntam: "Seus netinhos?"
          Ao chegar a minha hora,
          você deu lugar à senhora.

          Quando penso: "Tô ficando velha...",
          o espelho diz: "Já ficou, Regina Celia!"
          O bigode chinês vai até o nariz
          e o cabelo branco aparece na raiz.

          Cremes no corpo e na cara,
          natação, esforço que não para,
          mas a pele está mole e enruga
          e, nadando, estou mais para tartaruga.

          O peso da idade aumenta bem depressa.
          Projetos e planos? Fico só na promessa.
          "Antiguidade é posto!" - de saúde,deve ser.
          Na idade do condor (****), quase tudo vai doer.

          Concordo com a frase sucinta:
          - Não me troco por duas de trinta!
          Não me troco porque não posso.
          Se pudesse, faria qualquer negócio!!!

          (*) prioridade - ou seria pior idade?
          (**) DNA - data de nascimento antiga
          (***) PVC - porra da velhice chegando
          (****) idade do condor - com dor nas costas, com dor nas juntas, etc.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

QUERO SIM !!! O QUÊ ?

( Voltei! Primeiro texto de 2 012! Tudo a ver com verão e praia. )

          Estas frases do título ficaram famosas na minha família por causa de um primo, na época, adolescente. Nessa fase, a fome é muita, comem até pedra. Nossa tia estava na cozinha, chegou na varanda e começou a perguntar:

          - Beto, você quer...

          De pronto, ele respondeu:

          - Quero sim, Tia! O quê?

          O que havia para comer não interessava, o importante era comer. Por isso, estou usando as frases dele para ilustrar a minha relação com brindes. Quem não gosta de ganhar? Lembro que vi, num programa sobre moda do canal GNT, a atriz e cantora Thalma de Freitas dizer que perdeu o desfile de um estilista amigo porque estava na fila para ganhar um brinde legal.

          Um lugar onde brindes são distribuídos é a praia. Amostras de filtro solar, creme para o cabelo, iogurte, até café descafeinado eu já vi. Mas ganhar que é bom, eu não ganho. Sabem por quê? Depois de velha, virei bebê. Vou à praia cedo, no máximo às 10 da manhã estou saindo, mesmo no horário de verão. Acontece que os tais presentinhos são oferecidos após essa hora, quando há mais pessoas. Eu só vejo, no dia seguinte, os frascos, sachês e caixinhas jogados na areia. Conclusão: só ganha quem vai à praia tarde e é um porcalhão!

          Um dia, encontrei uma amiga, ficamos conversando e atrasei minha saída. Quando cheguei no calçadão, vi dois jovens distribuindo... bambolês. Bambolê?! Pra que eu quero isso? Desde criança, eu não via. Nem sei mais usar. Não quis saber, brinde é brinde! Quero sim!!! O quê? E lá fui eu, feliz da vida com meu presente, como um atleta que ganhou medalha.

          Usei? Só no dia, dei umas três reboladinhas e pronto! Depois de meses encostado na minha varanda, como um troféu enfeitando o ambiente, caí na real e me livrei dele. Ficou um gostinho de "quero mais", mas não ganhei nem injeção na veia. Só me restam os dois jornais gratuitos, "METRO" e "DESTAK". Quero sim!!! O quê?