domingo, 27 de fevereiro de 2011

Paradinha Carnavalesca

          Vou parar agora
          Não me leve a mal
          Hoje é Carnaval
          Mas não vou embora
          Volto mais legal
          Depois do Carnaval

          Com tanto riso, oh, quanta alegria
          Mais de mil leitores no Blogão...

          Chega, chega! Bom descanso ou boa diversão neste Carnaval para nós!

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

O NOVO SAMBA DO CRIOULO DOIDO

( Com a proximidade do Carnaval e dos desfiles das escolas de samba, nada mais oportuno do que o retorno do Crioulo Doido. Quem é bem jovem pode não conhecer, mas já ouviu falar dele e do seu famoso Samba. Ele voltou!!! )

          Nunca é demais homenagear o grande escritor Sérgio Porto, mesmo sabendo que muitos já o fizeram. Ídolo e influência de quem aprecia o humor na literatura, sua genialidade gerou obras inesquecíveis. Quando se faz referência a ele, é difícil não lembrar o seu pseudônimo, Stanislaw Ponte Preta, e os seus cômicos personagens. Dentre eles, destaca-se o Crioulo Doido, que fez um samba, símbolo da confusão de alguns enredos de escolas de samba. Mudando da História do Brasil para o Aquecimento Global, saúdo o grande mestre, humirdemente, quero dizer, humildemente. Ih, o Crioulo já está começando a incorporar...

          Este é o novo samba do Crioulo Doido, a história de um compositor que, durante muitos anos, obedeceu ao regulamento e só fez samba sobre o meio ambiente. E tome de devastação, Green Peace, documentário do Al Gore, camada de ozônio, e o coitado do Crioulo tendo que aprender tudo isso para o enredo da escola. Até que, no ano passado, escolheram um tema complicado: Aquecimento Global. Aí, o Crioulo endoidou de vez e saiu este samba:

          Foi lá na Amazônia
          Onde nasceu o guaraná
          Que os home com a serra
          Arresolveu devastá

          Mas apareceu
          O tal do aquecimento global
          E obrigou as geleira
          A derreter na moral

          Lá, lá, laiá, laiá
          A chapa logo, logo vai esquentá
          Bis

          O seu astro rei
          Pelo que eu sei, é o dono da lei
          E vai queimar todo mundo
          O seu doutô e o vagabundo

          Mau Agouro (*) fez filme no barco dos cara do Grimpice
          O pobrema arresolve, assim eu falei e disse
          Vamu encher tudo que é isopor vazio de gelo
          E trocar os pinguim pelos camelo

          Pior vai ser o meu viver
          O calorão vai me fazer sofrer
          Vai aumentar, olha que droga
          A menospausa da jararaca da minha sogra

          Ô, ô, ôô, ôô
          O buraco do ozônio não fechô
          Bis

          Ave, Lalau!

          (*) Ele quis dizer "Al Gore", que foi vice-presidente dos Estados Unidos e hoje é ativista ambiental. 

          

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

CARTÕES POSTAIS

( Férias, calor, tempo de viajar. Se 100 pessoas forem para o mesmo lugar, serão 100 opiniões diferentes. Com um casal, acontece também. )

          Para comemorar o primeiro aniversário de casamento, um jovem casal, por insistência do marido, resolveu acampar numa linda praia, quase deserta, do litoral brasileiro. Foram com um grupo de amigos mais velhos, que tinham filhos. Conforme haviam prometido, enviaram cartões postais, ele para o melhor amigo e ela para a irmã. Cada um contou a viagem do seu jeito.

          ELE:  E aí, cara? O máximo a nossa viagem! Os caras e as mulheres são muito legais. As crianças deles brincam tanto, que dormem pesado à noite. Dá até vontade de ter filhos. Conversamos, comemos e bebemos o dia inteiro. Praia à vontade, sem preocupação com horários e roupas. Fico de sunga o tempo todo. Já pensou não ter que tomar banho diariamente? Quando tomamos, é numa tenda improvisada com um pedaço de lona, e de canequinha. As necessidades fisiológicas são feitas na areia mesmo, numa área atrás do pequeno cemitério da cidade. Sinistro, né? Dormimos em barracas, sob o céu estrelado e rodeados de ar puro. Estou me sentindo um índio, livre, leve e solto.

          Difícil foi convencer a Carlinha a vir. Argumentei que seria bom fazer um programa diferente. Parece que ela está gostando, mas, não sei por que, disse que teremos muito que conversar, quando chegarmos em casa. Espero repetir logo essa aventura.

                                                                        Abração do Carlos

          ELA:  Oi, Maninha. Que merda de viagem! Entrei numa fria. Os homens são uns beberrões inúteis e as mulheres, umas mal-amadas fofoqueiras. Combinamos que elas cozinham e eu lavo a louça. Nunca lavei tanta louça em minha vida! E uma delas ainda me falou para economizar água e detergente. Quase a mandei para aquele lugar. Como não consigo me entrosar, virei babá das crianças, uns capetas mal-educados. Deus me livre ter filhos! A praia é linda, mas só isso enjoa. Fico de biquini o dia todo, nem usei minhas roupinhas lindas e novas. O banho é racionado, numa tenda ridícula, onde quase caí, para um pescador não me ver pelada. O lugar é quase deserto, mas, nessas horas, sempre passa alguém. Foi por pouco. Faz idéia de como estão minha pele e meu cabelo? Meu intestino está preso há quatro dias. Tem que ir atrás do cemitério. Se é difícil em casa, imagine com defuntos olhando. Uma vez, eu quase consegui, mas veio um maldito "vivo" e me chamou para dizer que tinha achado uma conchinha. Enfia a conchinha lá! E na hora de dormir, é no colchonete, sobre o chão imundo, dentro de uma barraca apertada e rodeados de mosquitos. Estou me sentindo uma selvagem, farofeira e reprimida.

          Não sei como o Carlinhos conseguiu me convencer, logo eu que gosto de conforto. Programa de índio! Ah, ele vai ver só, quando chegarmos em casa. Pobreza e essa gentalha, jamais!

                                                                                 Beijos da Carla

domingo, 6 de fevereiro de 2011

A TOP MODEL

( Gisele Bündchen? Kate Moss? Naomi? Nada disso. Ela foi e é, até hoje, a TOP das tops. Aproveitei para brincar com a palavra PALAVRA. )

          PALAVRA de honra, eu não aguento mais! Há dias que fico aqui sentada, sem me mexer e, o pior, sem falar, para o trabalho sair perfeito. "Nem um pio!", ele ordenou. Está pensando que eu sou passarinho? Artista é tão temperamental! Dizem que é um grande profissional na pintura, na escultura e nas invenções, que eu deveria estar honrada em posar para ele. Mas não tenho uma folga!

          Ele me deu sua PALAVRA: hoje o quadro fica pronto. Só está faltando a boca, pois ainda não encontrou o ângulo ideal. Já fiquei séria, já sorri, nada. É muito perfeccionista pro meu gosto. Tentei dar minha opinião, ele não aceita. Porque seu nome é Leonardo, pensa que é o Di Caprio.

          Todos os modelos deveriam poder falar no seu período de exposição ao artista ou ao público. O humano não é o único ser que tem o dom da PALAVRA? Portanto, eles ficariam gravados para a posteridade no seu ato característico. Lavro aqui o meu protesto!

          Pela Gioconda!!! Eu não devia ter comido tanto no almoço. Além de,na certa, ganhar uns quilinhos a mais, estou cheia de gases. Vou aproveitar que ele está olhando para a tela... e soltar unzinho só... ih, será que vai fazer barulho? Segura, mulher, olha a pose! Agora... Putz, ele resolveu olhar para mim na hora! Será que o pintorzinho vai reclamar? Não, não, pelo contrário! Pela cara dele e por suas PALAVRAS de aprovação, esta é a posição perfeita para os lábios. O sorriso da Mona Lisa. Ah, se ele soubesse...

          Tudo que seu mestre mandar. Quadro pronto, enfim! Estou livre e peço a PALAVRA para dizer a esse tal de Da Trinta, Da Vinci, sei lá, o que acho da "obra-prima":

          - Essa sua tela não vale nada e ficará pendurada numa pocilga qualquer, longe de todos os olhos e opiniões. Tenho dito!