( Nesta semana, dia 18, tivemos o Dia do Médico. Salvadores de vidas e da pátria, merecem todas as homenagens dos pacientes. Para não haver ciúmes, aproveito para saudar os Dentistas pelo dia 25, na próxima semana. O texto serve para puxar o saco de ambos os profissionais. )
Processo nº 12 / 10 / 2010
Promotor: a mãe
Réu: o filho de três anos
Advogado de defesa: a avó
Juiz: o médico pediatra
Acusação: crime de só comer alimentos que fazem mal à saúde
Tem a palavra a Acusação:
Mãe: - Doutor, este menino está um problema para comer. Não gosta de nada. A nossa empregada é testemunha. E nós não podemos permitir que a alimentação dele seja composta de doces, frituras e refrigerantes.
Avó: - Protesto! Você está esquecendo que já foi criança. Quando tinha a idade dele, só queria isso, também. E, além do mais, não é todo dia. É apenas nos dias em que eu e seu pai visitamos vocês. Vamos levar o que para ele? Feijão, mingau, ensopadinho???
Mãe: - Acontece que vocês visitam o seu neto quase todo dia. A partir de agora, ele terá que comer de tudo que é saudável.
Avó: - Mas essa pena é muito rigorosa! Ele tem direito a umas balinhas, pelo menos.
Criança: - Mãe, eu tô com fome!
( O médico tinha uns pirulitos para oferecer, mas achou melhor "esquecer". )
Mãe: - Pegue o pacote de biscoito de chocolate na minha bolsa, filho.
Avó: - Biscoito? E nós é que estragamos esta criança... Viu, doutor, por isso é que ele não almoça nem janta direito.
Mãe: - Mas é que hoje é um dia atípico. A culpa é da hora da consulta. Era às onze, mas só agora fomos atendidos.
( O médico, no meio do fogo cruzado, viu que acabaria sobrando para ele, tão inocente nessa história. Pensou até em empurrar o litígio para o dentista. )
Médico: - Silêncio no consultório! Ou mandarei evacuar o recinto.
Mãe: - Então, doutor, qual o seu veredicto?
Médico: - Tanto a acusação quanto a defesa, quer dizer, a mãe e a avó, apresentaram uma argumentação convincente. A minha decisão é que o acusado, desculpem, a criança, deve comer, diariamente, o que os pais determinarem. E, nos fins de semana, está livre para saborear as delícias, er, as bobagens que os avós compram. Declaro encerrada a consulta!
( Depois que todos saíram, o médico lembrou que já estava quase na hora do seu plantão no hospital e ainda não tinha almoçado. Pegou os pirulitos que iria dar para o garotinho e foi saboreando no carro. )
Ai, Regina, que barato!!! Só vc mesmo pra transformar um consultório em tribunal! Muito boa a sacada. Está de parabéns!
ResponderExcluirBeijos com carinho!
Adorei!!! Que imaginação!!! Beijão, Silvia.
ResponderExcluirVc tem muito talento, Regina ! Que delícia de conto !!! Vc escreve de um jeito tão natural, que eu até ouvia as vozes dos participantes desse divertido "julgamento". E esse médico é dos bons mesmo . hahahahaha
ResponderExcluirADOREI !!!