( Fabio Bastos e eu participamos da Oficina de Crônicas do Carlos Eduardo Novaes, na Universidade Estácio de Sá. Nós nos identificamos por causa do humor e ficamos amigos. Numa das aulas do curso, em 2 007, fizemos um troca-troca (com todo o respeito!) de entrevistas. Ele escolheu ser a estátua do Cristo Redentor, que tinha sido eleita uma das 7 maravilhas do mundo. Brincadeira, né? Porém, minha vingança foi maligna, vocês verão o personagem que eu escolhi. Não percam, na próxima semana, lá embaixo mesmo, a REVANCHE!!! )
I - ENTREVISTA COM CRISTO REDENTOR
Entrevista concedida para a repórter Regina Paranhos pela estátua do Cristo Redentor, após ter sido escolhida uma das 7 maravilhas do mundo moderno.
Regina Paranhos: Como devo lhe tratar? Senhor, por ser o Cristo Redentor, ou senhora, por ser uma estátua?
Cristo Redentor: Você deve me tratar de senhor e com todo o respeito porque agora eu sou uma celebridade; sou uma das 7 maravilhas do mundo moderno. E vamos acabar com essa história de estátua porque eu sou um MONUMENTO. Estátuas são aquelas que ficam em praças públicas, servindo de banheiro pra pombos.
RP: Como e quando o senhor subiu aí em cima do Corcovado?
CR: Já faz tempo que estou aqui. Eu fui concebido por um engenheiro brasileiro lá pelos idos de 1 920. Minha construção ficou a cargo de um francês e demorou uns 5 anos para terminar. Fui inaugurado em 1 931 e minhas luzes acesas pelo cientista italiano Marconi, diretamente de Nápoles. Pode-se dizer que sou um monumento multinacional. Peso mais de 1 000 toneladas bem distribuídas nos meus 30 metros de altura.
RP: É dura a vida de estátua, quero dizer, monumento? Essa posição, braços abertos sobre a Guanabara, não cansa?
CR: Essa posição, imortalizada na música do Tom Jobim, é símbolo da cidade e eu tenho que manter de qualquer maneira. São os ossos do ofício, mas eu já estou acostumado. Apesar da minha idade, sou duro como uma rocha.
RP: O senhor faz uso de desodorante?
CR: Nunca usei e até hoje ninguém reclamou. O pessoal daqui de baixo do Jardim Botânico até criou um bloco em homenagem ao meu sovaco.
RP: Como é a vista aí de cima?
CR: Eu não me canso de apreciar essa paisagem maravilhosa, não há nada igual no mundo. Nesse tempo em que estou aqui, assisti a muita coisa. Vi construirem a ponte Rio-Niterói, o Maracanã, o Aterro do Flamengo. É bem verdade que vi também algumas coisas ruins, como a favelização da cidade. Gosto de ver turistas chegarem aqui em cima esbaforidos e tirarem fotos de mim. Quando não tem ninguém é chato e, pra passar o tempo, eu fico contando barcos na baía de Guanabara e as viagens de bondinho do Pão de Açúcar.
RP: É verdade que a sua eleição como uma das 7 maravilhas do mundo foi marmelada?
CR: Isso é choro de perdedor, de invejosos. Se você quer saber, eu acho até que fui prejudicado e merecia uma colocação melhor. Perder para a Muralha da China ainda vai, mas ficar atrás de um pedra de que ninguém ouviu falar é dose. Eu sei que a Estátua da Liberdade foi uma que reclamou, mas, coitada, ela está caidinha, virou até garota propaganda de um shopping na Barra da Tijuca.
RP: Após a eleição, quais são seus planos?
CR: Eu gostaria que fizessem um pedestal rotatório para que eu possa girar e ver toda a cidade. Estou há mais de 70 anos na mesma posição e acordando todo dia com o sol na cara. E tem mais uma coisa, daqui pra frente, eu quero ser conhecido como o Monumento do Cristo Maravilha.
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
( Depois dele, tivemos o Vampiro Lestat, Bento Carneiro ( o Vampiro Brasileiro ) e, agora, a saga "Crepúsculo", com Edward e outros vampiros. Mas só ele é o Primeiro. Para me vingar do Fabio, resolvi encarnar, na entrevista, o Conde Drácula. Vejam o que deu. )
II - ENTREVISTA COM O VAMPIRO ( Revista "Exame de Sangue" )
Em primeira mão, publicamos, na íntegra, a entrevista feita pelo nosso repórter Fabio Bastos com o lendário Conde Drácula, da Transilvânia. Sim, Vlad não morreu! Instalados em local seguro e secreto, todas as perguntas e respostas foram registradas, com exclusividade, para deleite de nossos leitores. Não foram permitidas fotografias, em virtude do nosso entrevistado ter alergia à luz. Porém, fiquem certos de que ele estava impecavelmente vestido de preto (dos pés à cabeça), sério (nada de mostrar os dentes) e arrogante (parecia o rei da cocada preta).
EXTRA! EXTRA! EXTRA!
Fabio Bastos: Como um príncipe da Transilvânia se tornou um vampiro? Fale das suas primeiras experiências sanguinárias e de como tudo começou.
Conde Drácula: Tudo começou quando eu ainda era criança. Nos arredores do nosso castelo, havia um canavial. Eu adorava assoviar e chupar cana. Por isso, meus dentes caninos desenvolveram-se além da conta e minha mãe me levou ao dentista. Quando o cara veio pra cima de mim com aquele motorzinho barulhento, eu mordi o braço dele. E gostei! Mordia todas as visitas. Ficava de castigo, mas não adiantava. Aquilo acabou virando um vício: morder, chupar, sangue... Pronto, virei vampiro!
FB: Você tem fama de só chupar sangue de mulheres belas e jovens. Você já deu chupadas em macho?
CD: Está me estranhando, rapaz? Eu sou espada! As mulheres imploram para serem chupadas por mim, são umas cachorras sangue-bom. É bem verdade que eu já me envolvi com outros homens, mas foi apenas sanguinariamente, para experimentar novas sensações. Porém, nada de troca-troca. Eu chupava os bofes e saía voando, na minha forma morcego. Tolinhos, nunca me pegaram. E você não folga comigo, senão te chupo todinho!
FB: Com todas essas doenças contagiosas que andam por aí, que precauções você toma antes de uma chupada?
CD: Está pensando que eu sou burro? Sem preservativo, não dá. Mandei o Doutor Nicolai (aquele mesmo dentista que eu mordi) fazer umas camisinhas para os meus caninos. O velho não entendeu bem, parece um morto-vivo, e fez um dentadura meio frouxa, mas quebra o galho. Registramos a patente e vendemos para festas à fantasia.
FB: Dizem que, apesar da idade, você continua ativo.
CD: Eu tô que tô, cheio de tesão, e sem estimulantes azuis. Sou o maior garanhão insaciável. Eu malho muito, batendo minhas asas pelo mundo afora. Sou um cara sarado e viajado.
FB: Quem no Brasil você já chupou?
CD: Eu só chupei umas cabras. Meus asseclas me disseram para manter distância do povo de lá, senão você acaba como ele, fu e mal pago. Mas, se a memória não me falha, acho que já mordi dois jogadores de futebol com o mesmo nome, Arnaldo, Romualdo, sei lá. Não acredita? É só ver a mulherada dando em cima e os dentões deles.
FB: Quem você gostaria de chupar?
CD: Então... de repente... tipo assim... Uma dessas siliconadas, pra ver como é. Só receio morder e ela sair voando.
FB: Se você tivesse que escolher um sucessor, quem você escolheria?
CD: Ninguém está à minha altura. Eu sou insubstituível, indestrutível, infalível. Eu me amo tanto, que tenho vontade de me chupar. (Olha para o vidro, mas não há reflexo.) Gostoso! SSSHHH! Imagine Vlad II, III, IV, V... Eu não sou o Rambo. Sou duro de matar, primeiro e único.
FB: Que mensagem você gostaria de passar aos seus seguidores e admiradores?
CD: Comam picanha no alho, usem um crucifixo de ouro no ônibus e peguem um bronze no sol de meio-dia. O máximo que pode acontecer é você morrer, mas o que é a vida sem arriscar o pescoço?
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I - ENTREVISTA COM CRISTO REDENTOR
Entrevista concedida para a repórter Regina Paranhos pela estátua do Cristo Redentor, após ter sido escolhida uma das 7 maravilhas do mundo moderno.
Regina Paranhos: Como devo lhe tratar? Senhor, por ser o Cristo Redentor, ou senhora, por ser uma estátua?
Cristo Redentor: Você deve me tratar de senhor e com todo o respeito porque agora eu sou uma celebridade; sou uma das 7 maravilhas do mundo moderno. E vamos acabar com essa história de estátua porque eu sou um MONUMENTO. Estátuas são aquelas que ficam em praças públicas, servindo de banheiro pra pombos.
RP: Como e quando o senhor subiu aí em cima do Corcovado?
CR: Já faz tempo que estou aqui. Eu fui concebido por um engenheiro brasileiro lá pelos idos de 1 920. Minha construção ficou a cargo de um francês e demorou uns 5 anos para terminar. Fui inaugurado em 1 931 e minhas luzes acesas pelo cientista italiano Marconi, diretamente de Nápoles. Pode-se dizer que sou um monumento multinacional. Peso mais de 1 000 toneladas bem distribuídas nos meus 30 metros de altura.
RP: É dura a vida de estátua, quero dizer, monumento? Essa posição, braços abertos sobre a Guanabara, não cansa?
CR: Essa posição, imortalizada na música do Tom Jobim, é símbolo da cidade e eu tenho que manter de qualquer maneira. São os ossos do ofício, mas eu já estou acostumado. Apesar da minha idade, sou duro como uma rocha.
RP: O senhor faz uso de desodorante?
CR: Nunca usei e até hoje ninguém reclamou. O pessoal daqui de baixo do Jardim Botânico até criou um bloco em homenagem ao meu sovaco.
RP: Como é a vista aí de cima?
CR: Eu não me canso de apreciar essa paisagem maravilhosa, não há nada igual no mundo. Nesse tempo em que estou aqui, assisti a muita coisa. Vi construirem a ponte Rio-Niterói, o Maracanã, o Aterro do Flamengo. É bem verdade que vi também algumas coisas ruins, como a favelização da cidade. Gosto de ver turistas chegarem aqui em cima esbaforidos e tirarem fotos de mim. Quando não tem ninguém é chato e, pra passar o tempo, eu fico contando barcos na baía de Guanabara e as viagens de bondinho do Pão de Açúcar.
RP: É verdade que a sua eleição como uma das 7 maravilhas do mundo foi marmelada?
CR: Isso é choro de perdedor, de invejosos. Se você quer saber, eu acho até que fui prejudicado e merecia uma colocação melhor. Perder para a Muralha da China ainda vai, mas ficar atrás de um pedra de que ninguém ouviu falar é dose. Eu sei que a Estátua da Liberdade foi uma que reclamou, mas, coitada, ela está caidinha, virou até garota propaganda de um shopping na Barra da Tijuca.
RP: Após a eleição, quais são seus planos?
CR: Eu gostaria que fizessem um pedestal rotatório para que eu possa girar e ver toda a cidade. Estou há mais de 70 anos na mesma posição e acordando todo dia com o sol na cara. E tem mais uma coisa, daqui pra frente, eu quero ser conhecido como o Monumento do Cristo Maravilha.
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( Depois dele, tivemos o Vampiro Lestat, Bento Carneiro ( o Vampiro Brasileiro ) e, agora, a saga "Crepúsculo", com Edward e outros vampiros. Mas só ele é o Primeiro. Para me vingar do Fabio, resolvi encarnar, na entrevista, o Conde Drácula. Vejam o que deu. )
II - ENTREVISTA COM O VAMPIRO ( Revista "Exame de Sangue" )
Em primeira mão, publicamos, na íntegra, a entrevista feita pelo nosso repórter Fabio Bastos com o lendário Conde Drácula, da Transilvânia. Sim, Vlad não morreu! Instalados em local seguro e secreto, todas as perguntas e respostas foram registradas, com exclusividade, para deleite de nossos leitores. Não foram permitidas fotografias, em virtude do nosso entrevistado ter alergia à luz. Porém, fiquem certos de que ele estava impecavelmente vestido de preto (dos pés à cabeça), sério (nada de mostrar os dentes) e arrogante (parecia o rei da cocada preta).
EXTRA! EXTRA! EXTRA!
Fabio Bastos: Como um príncipe da Transilvânia se tornou um vampiro? Fale das suas primeiras experiências sanguinárias e de como tudo começou.
Conde Drácula: Tudo começou quando eu ainda era criança. Nos arredores do nosso castelo, havia um canavial. Eu adorava assoviar e chupar cana. Por isso, meus dentes caninos desenvolveram-se além da conta e minha mãe me levou ao dentista. Quando o cara veio pra cima de mim com aquele motorzinho barulhento, eu mordi o braço dele. E gostei! Mordia todas as visitas. Ficava de castigo, mas não adiantava. Aquilo acabou virando um vício: morder, chupar, sangue... Pronto, virei vampiro!
FB: Você tem fama de só chupar sangue de mulheres belas e jovens. Você já deu chupadas em macho?
CD: Está me estranhando, rapaz? Eu sou espada! As mulheres imploram para serem chupadas por mim, são umas cachorras sangue-bom. É bem verdade que eu já me envolvi com outros homens, mas foi apenas sanguinariamente, para experimentar novas sensações. Porém, nada de troca-troca. Eu chupava os bofes e saía voando, na minha forma morcego. Tolinhos, nunca me pegaram. E você não folga comigo, senão te chupo todinho!
FB: Com todas essas doenças contagiosas que andam por aí, que precauções você toma antes de uma chupada?
CD: Está pensando que eu sou burro? Sem preservativo, não dá. Mandei o Doutor Nicolai (aquele mesmo dentista que eu mordi) fazer umas camisinhas para os meus caninos. O velho não entendeu bem, parece um morto-vivo, e fez um dentadura meio frouxa, mas quebra o galho. Registramos a patente e vendemos para festas à fantasia.
FB: Dizem que, apesar da idade, você continua ativo.
CD: Eu tô que tô, cheio de tesão, e sem estimulantes azuis. Sou o maior garanhão insaciável. Eu malho muito, batendo minhas asas pelo mundo afora. Sou um cara sarado e viajado.
FB: Quem no Brasil você já chupou?
CD: Eu só chupei umas cabras. Meus asseclas me disseram para manter distância do povo de lá, senão você acaba como ele, fu e mal pago. Mas, se a memória não me falha, acho que já mordi dois jogadores de futebol com o mesmo nome, Arnaldo, Romualdo, sei lá. Não acredita? É só ver a mulherada dando em cima e os dentões deles.
FB: Quem você gostaria de chupar?
CD: Então... de repente... tipo assim... Uma dessas siliconadas, pra ver como é. Só receio morder e ela sair voando.
FB: Se você tivesse que escolher um sucessor, quem você escolheria?
CD: Ninguém está à minha altura. Eu sou insubstituível, indestrutível, infalível. Eu me amo tanto, que tenho vontade de me chupar. (Olha para o vidro, mas não há reflexo.) Gostoso! SSSHHH! Imagine Vlad II, III, IV, V... Eu não sou o Rambo. Sou duro de matar, primeiro e único.
FB: Que mensagem você gostaria de passar aos seus seguidores e admiradores?
CD: Comam picanha no alho, usem um crucifixo de ouro no ônibus e peguem um bronze no sol de meio-dia. O máximo que pode acontecer é você morrer, mas o que é a vida sem arriscar o pescoço?
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Regina
ResponderExcluirBons tempos aqueles das oficinas do Novaes, fizemos uma boa dupla. Não digo quem é o seu personagem da entrevista da semana que vem para não estragar o suspense. Só posso adiantar que é macabro.
Bjs
Fabio
hahahahahahah
ResponderExcluirEXCELENTE!!!!
Dindinha, vc arrasou nas perguntas...
E seu amigo Fabio Bastos, arrasou nas respostas!
Será que não sai mais um dueto? rsrsrs
Beijos!
Ju e Lena.
Oi mana!
ResponderExcluirQue criatividade!
Vocês são 10!!!!!
Bjcas da Marcia
Oi, Regina, que maravilha começar a semana com uma leitura interessante . Quanta imaginação de vcs dois. Beleza ! Adorei sua entrevista com o Cristo Redentor !
ResponderExcluirMal posso esperar pela Revanche da próxima semana ! Estou curiosíssima !
TEnha uma semana radiante .
Beijinhos,
Andresa
Regina e Fabio,
ResponderExcluirJá espalhei no Facebook.
Aquele abraço,
Arthur
Que belo começo de semana ! Valeu a pena esperar pela Revanche , viu Regina ???
ResponderExcluirTô impresionada ! Quanta criatividade para nos contar a saga do Conde Drácula. Amei essa declaração do nada modesto ser transilvânico:
"Eu me amo tanto, que tenho vontade de me chupar".
E além do mais , o "cara é sarado e viajado". Que maravilha !!!!
Me esbaldei de rir, querida !
Mais uma vez agradeço por nos proporcionar momentos alegres e animados.
COMO ME FAZ BEM LER VOCÊ, REGINA !!!
Beijos carinhosos.
Voltei prá comunicar que já estou ansiosa pelo Conto da próxima semana ! huahuahuahua
ResponderExcluirMais beijos.
Tia!!!
ResponderExcluirInaugurei(finalmente) a minha vinda ao blog!
Gostei mt das entrevistas, mt criativas!=)
Mil beijinhos,
Mariane